O Amante, Marguerite Duras
O Amante é muito mais que um romance, é o relato vivo de uma experiência extenuante de amor. Um amor inocente, intenso, inflamável e flamejante. Um amor que nasce entre uma jovem adolescente, que desperta para os desejos da carne, que admira com avidez as modificações do seu corpo, assim como os corpos que a rodeiam, dos homens e das mulheres, e um jovem chinês. Este romance, tendo por cenário a Indochina, é marcado pelas diferenças entre os dois amantes. Desde logo a idade, ela adolescente, ele jovem adulto; as condições sócio-económicas, ela pobre, ele rico; e, quanto a mim, pela forma como encaram este sentimento, que os marca de forma tão distinta. Ele jamais a esquecerá, pois ela é uma explosão de luxúria para os seus sentidos. Ela vai-se entregando a este amante, conhecendo o gozo que ele lhe dá, cada vez que a "mata" de prazer. Mas ela está de partida, sempre soube que iria partir, mais cedo ou mais tarde, e que este amante era apenas o primeiro de muitos a quem havia de se entregar.
O mais admirável neste romance é o relato de uma história banal, carregada de emoções que nos penetram ao ponto de lhes sentirmos o cheiro, a textura, a ansiedade. Um amor retirado do baú de memórias de Marguerite Duras, que nos revela com precisão e envolvência a sua descoberta de amor na adolescência, essa fase da vida tão conturbada e arrebatadora.
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