Cosmopolis
"Cosmopolis" é muito mais que um filme, é um retrato vivo do capitalismo. A história acompanha um dia na vida de um multi-milionário nova iorquino de 28 anos, Eric, que atravessa a cidade na sua limusina para ir fazer um corte de cabelo, ou "to get a haircut". Isto porque o filme está repleto de metáforas, umas mais evidentes que outras, faladas ou apenas em imagens, que tornam "Cosmopolis" uma sátira à teia complexa do capitalismo (o mesmo "complexo" que alerta Eric para o risco eminente à sua segurança).
Eric está casado com uma mulher que representa a futilidade e a superficialidade associada às grandes fortunas. Ele tenta estabelecer conversas normais com a mulher, mas falta-lhes conteúdo e sentimento. Enquanto acompanha a desvalorização do yuan na bolsa e vê ruir toda a sua fortuna, Eric descobre que a sua próstata é assimétrica, e isso vai fazê-lo entender que a busca pelo equilíbrio e pela perfeição não contempla a realidade dos factos.
Os diálogos são riquíssimos em termos económicos e sociais e o clímax do filme dá-se no confronto final entre o novo e o velho, onde o velho está representado por equipamento informático obsoleto, como monitores, teclados e processadores em caixas.
Já o vi duas vezes e, se a princípio fiquei com dúvidas, agora posso afirmar convictamente que este é um filme que marca uma geração. Uma geração que enfrenta mudanças drásticas em termos de globalização e evolução tecnológica. David Cronenberg desenvolveu um trabalho excecional com esta realização.
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